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terça-feira, 8 de maio de 2012

ANIMISMO X MISTIFICAÇÃO

Olá,


Há uma grande confusão entre animismo e mistificação que causa um certo constrangimento, quando se fala que uma comunicação foi anímica.
Alexandre Aksakof , no livro ' Animismo e Espiritísmo , vem trazer um bom esclarecimento.



Personismo

Fenômenos psíquicos inconscientes, produzindo-se -nos limites da esfera corpórea do médium, ou intramediunicos, cujo caráter distintivo é, principalmente, a personificação, isto é, a apropriação (ou adoção) do nome e muitas vezes do caráter de uma personalidade estranha à do médium. Tais são os fenômenos elementares do mediunismo: a mesa falante, a escrita e a palavra inconsciente. Temos aqui a primeira e a mais simples manifestação do desdobramento da consciência, esse fenômeno fundamental do mediunismo. Os fatos dessa categoria nos revelam o grande fenômeno da dualidade do ser psíquico, da não identidade do “eu” individual, interior, inconsciente, com o “eu” pessoal, exterior e consciente; eles nos provam que a totalidade do ser psíquico, seu centro de gravidade, não está no “eu” pessoal; que esse último não é mais do que a manifestação fenomenal do “eu” individual (numenal); que, por conseguinte, os elementos dessa fenomenalidade (necessariamente pessoais) podem ter um caráter múltiplo - normal, anormal ou fictício -, segundo as condições do organismo (sono natural, sonambulismo, mediunismo). Esta rubrica dá razão às teorias da “cerebração inconsciente” de Carpenter, do “sonambulismo inconsciente ou latente” do Doutor Hartmann, do “automatismo psíquico” dos Srs. Myers, Janet e outros.
Por sua etimologia, a palavra pessoa seria inteiramente apta para justificar o sentido que convém dar à palavra personismo. No latim persona se referia antigamente à máscara que os atores colocavam no rosto para representar a comédia, e mais tarde se designou por esta palavra o próprio ator.

Animismo

  Fenômenos psíquicos inconscientes se produzidos fora dos limites da esfera corpórea do médium ou extramediúnicos (transmissão do pensamento, telepatia, telecinesia, movimentos de objetos sem contacto, materialização). Temos aqui a manifestação culminante do desdobramento psíquico; os elementos da personalidade transpõem os limites do corpo e manifestam-se, à distância, por efeitos não somente psíquicos, porém ainda físicos e mesmo plásticos, e indo até à plena exteriorização ou objetivação, provando por esse meio que um elemento psíquico pode ser, não somente um simples fenômeno de consciência, mas ainda um centro de força substancial pensante e organizadora, podendo também, por conseguinte, organizar temporariamente um simulacro de órgão, visível ou invisível, e produzindo efeitos físicos.
A palavra alma (anima), com o sentido que tem geralmente no Espiritismo e no Espiritualismo, justifica plenamente o emprego da palavra animismo. Segundo a noção espirítica, a alma não é o “eu” individual (que pertence ao Espírito), porém o envoltório, o corpo fluídico ou espiritual desse “eu”. Por conseguinte, nós teríamos, nos fenômenos anímicos, manifestações da alma, como entidade substancial, o que explicaria o fato de essas manifestações poderem revestir também um caráter físico ou plástico, segundo o grau de desagregação do corpo fluídico ou do “perispírito”, ou ainda do “metaorganismo”, segundo a expressão de Hellenbach. E, como a personalidade é o resultado direto do nosso organismo terrestre, segue-se dai naturalmente que os elementos anímicos (pertencentes ao organismo espiritual) são também os portadores da personalidade.

 Espiritismo

Fenômenos de personismo e de animismo na aparência, porém que reconhecem uma causa extramediúnica, supraterrestre, isto é, fora da esfera da nossa existência. Temos aqui a manifestação terrestre do “eu” individual por meio daqueles elementos da personalidade que tiveram a força de manter-se em roda do centro individual, depois de sua separação do corpo, e que se podem manifestar pela mediunidade ou pela associação com os elementos psíquicos homogêneos de um ser vivo. Isso faz que os fenômenos do Espiritismo, quanto ao seu modo de manifestação, sejam semelhantes aos do personismo e do animismo, e não se distinga deles a não ser pelo conteúdo intelectual que trai uma personalidade independente.
Uma vez admitidos os fatos dessa última categoria, claro é que a hipótese que daí resulta pode igualmente ser aplicada aos fatos das duas primeiras categorias; ela não é mais do que o desenvolvimento ulterior das hipóteses precedentes. A única dificuldade que se apresenta é que, muitas vezes, as três hipóteses podem servir com o mesmo fundamento para a explicação de um só e mesmo fato. Assim, um simples fenômeno de personismo poderia também ser um caso de animismo ou de Espiritismo. O problema é pois decidir a qual dessas hipóteses é preciso atender, pois que se enganaria quem pensasse que uma só é bastante para dominar todos os fatos. A crítica proíbe ir além da que basta para a explicação do caso submetido à análise (3).
Assim, pois, o grande erro dos partidários do Espiritismo é ter querido atribuir todos os fenômenos, geralmente conhecidos sob esse nome, aos “espíritos”. Este nome, por si só, basta para nos insinuar em um mau caminho. Ele deve ser substituído por um outro, por um termo genérico, não envolvendo hipótese alguma, doutrina alguma, como por exemplo à palavra mediunismo, denominação que desde muito tempo introduzimos na Rússia.
Toda verdade nova, no domínio das ciências naturais, faz seu caminho lentamente, gradualmente, porém seguramente.


Mistifcação



“Consultando os Espíritos sobre esse tema (“mistificações), eis as respostas que nos deram:

 “As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do Espiritismo prático; haverá um meio de nos preservarmos deles?

Resposta: “Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Sim, certamente, há um meio simples: o de não pedirdes ao espiritismo senão aquilo que ele vos pode e deve dar-vos; sua finalidade é o melhoramento moral da humanidade; tanto assim que, se não vos afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, ou seja, a moral que todo homem de bom-senso pode admitir.

“Os Espíritos vos vêm instruir e guiar na estrada do bem e não na das honras e da fortuna, ou para servir às vossas mesquinhas paixões. Se nunca se pedisse a eles nada de fútil, ou que esteja fora de suas atribuições, nenhuma oportunidade se daria aos Espíritos enganadores; donde deveis concluir que aquele que é mistificado não tem senão o que merece.

“O papel dos Espíritos não é o de vos informar sobre as coisas deste mundo, mas o de vos guiar seguramente no que vos possa ser útil para o outro mundo. Quando vos falam do que a este (mundo dos homens) diz respeito, é que o julgam necessário, mas não para dar resposta a uma solicitação vossa. Se vedes nos Espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então, sim, é certo que sereis enganados.

“Se os homens não tivessem mais do que se dirigirem aos Espíritos para tudo saberem, estariam privados do livre-arbítrio e fora do caminho traçado por Deus à Humanidade. O homem deve agir por si mesmo; Deus não manda os Espíritos para lhes aplanar a estrada material da vida, mas para preparar a do futuro”.
Pergunta de AK: - “Mas, há pessoas que nada perguntam e que são indignamente enganadas por Espíritos que vêm espontaneamente, sem serem chamados”.
Resposta: “ – Se elas não perguntam nada, é porque se comprazem em ouvir o que eles dizem, o que dá no mesmo. Se acolhessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os Espíritos levianos não as tomariam tão facilmente por enganados”.
Pergunta de AK: “ - Por que permite Deus que pessoas sinceras e que aceitam o Espiritismo de boa-fé, sejam mistificadas? Não poderia isto ter o inconveniente de lhes abalar a crença?”
Resposta: “ – Se isto lhes abalar a crença, é porque a fé que demonstram ter não é muito sólida; as que renunciassem ao espiritismo, por um simples desapontamento, provariam não o terem compreendido e não se apegaram à parte séria. Deus permite as mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do Espiritismo fazem objeto de divertimento”
O Espírito de Verdade

(Extraído de “O Livro dos Médiuns”, cap. XXVII da Segunda Parte, nº 303).

Mistificar significa enganar, ludibriar, abusar da credulidade alheia.
As mistificações podem ser: inconscientes (involuntárias) e conscientes (voluntárias).
Diz-se que as mistificações são inconscientes ou involuntárias quando o médium não as detecta, ou seja, quando não tem noção de que estão ocorrendo. O Espírito mistificador é, em geral, ardiloso, astuto e, de modo proposital, tenta enganar o médium.

“Se é desagradável ser enganado, mais desagradável ainda é ser mistificado; esse é, alias, um dos inconvenientes de que mais facilmente nos podemos preservar.

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