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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Vida - Humildes de espírito

Olá,

Jesus, no sermão da montanha — que bem se pode denominar a plataforma ou programa de sua obra de redenção — começou proferindo a seguinte sentença: "Bem-aventurados os humildes de Espírito, porque deles é o reino dos céus".
Porque humildes de Espírito?
 Bem-aventurados os humildes não seria o bastante?
 Porque a redundância — humildes de Espírito?
 Qual o motivo dessa superabundância de palavras?
Simplesmente porque há várias formas de humildade; porém, só a de Espírito é que faz jus ao reino dos céus.

Há pessoas humildes de aspecto, de posição social, de haveres, de profissão, de trajes, de
fisionomia, mas que o não são de Espírito.
Outras há cujas palavras e gestos, ressumando lhaneza e doçura, afeto e humildade, mal
escondem a soberba que domina seus corações.
A verdadeira humildade, como aliás todas as virtudes, vem do íntimo. O exterior nem sempre traduz o interior.
Há grande número de maltrapilhos e de mendigos orgulhosos. Existem, outrossim, excepcionalmente
embora, exemplos de humildade entre pessoas abastadas, que ocupam posição de
destaque.
 Há também sábios humildes, que constituem honrosas exceções à regra geral que
impera entre os letrados e eruditos.
A ignorância petulante e enfatuada é coisa vulgar e corriqueira.
Até entre os chamados ministros do Cristo se encontram orgulhosos impenitentes, compenetrados
da ideia de supremacia e convencidos de que só a eles cabem determinados privilégios de ordem
e caráter divinos.
A moral cristã, em muita gente, não passa da esfera do entendimento, da região puramente
mental; jamais atinge o círculo do sentimento, a zona do coração. E' do coração, no entanto,
que vêm o bem ou o mal, a virtude ou o vício.
O orgulho, sob seus aspectos multiformes, é a grande pedra de tropeço da Humanidade.
E' o pecado original, que os mortais trazem consigo, ao aportarem às plagas deste mundo. Daí a
origem de ' todos os atritos, dissídios e odiosidades que mantêm os homens em atitude de mútuas
hostilidades.
A virtude, como alguém já disse, exclui os cálculos: é espontânea, natural. Os humildes de
posição, de saber, ou de haveres estão sujeitos às circunstâncias que os cercam na presente
existência. Não há mérito nem virtude por isso, além do modo como suportam e se submetem às
inevitáveis condições de precariedade em que se encontram.
A humildade de espírito, ao contrário, é fruto de uma conquista, de certo estado de elevação moral
da alma. E, graças a essa virtude, o Espírito pode avançar com passo seguro na realização dos
seus gloriosos destinos.
 O orgulho não só oblitera o entendimento, senão que impossibilita o Espírito de receber as inspirações e as graças emanadas do alto.
Não é possível aprender sem possuir humildade de coração. Quem é humilde reconhece que
ignora e está sempre pronto a assimilar os ensinamentos que o céu outorga aos mortais, por este
ou aquele processo.
A inibição mental é, as mais das vezes, consequência direta do orgulho. A senda da virtude, como
o caminho da sabedoria, só podem ser perlustrados pelos humildes de espírito.
O orgulho é o entrave do espírito em todos os sentidos. E' o legítimo obstáculo às reconciliações,
ao perdão, à unidade na fé e na ciência. Consequentemente é o fator da discórdia, desde o
simples arrefecimento de afeto, até o ódio que separa, persegue e mata; é a eterna cizânia, que
mantém os homens separados, intranquilos, sobressaltados; é o dispersador de forças e de
elementos prestáveis e úteis, que poderiam militar conjuntamente com grande eficiência, em prol
das boas causas; é finalmente, o fermento que neutraliza as intenções e as aspirações elevadas
de muitos, conservando-os na esterilidade.
Razão, pois, de sobra assiste ao divino Instrutor da Humanidade, subordinando à humildade de
espírito todas as bênçãos celestes, como também o acesso aos tabernáculos eternos.

Vinícius                              " Entorno do Mestre "

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