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terça-feira, 22 de agosto de 2017

Bem Viver - SABER OUVIR

Olá,

Tumulto e vozerio, nos atritos humanos, pedem um tipo raro de beneficência: a caridade
de saber ouvir.
São muitos os que cambaleiam, desorientados, a mingua de tolerância que os ouça.
Convém, no entanto, frisar que palavras não lhe escasseiam. Falta-lhes o silêncio de um
coração amigo, com bastante amor para ungir-lhes a alma, no bálsamo da compreensão;

e, por esse motivo, desfalecem na luta, à feição do motor que se desajusta sem óleo.
Desdobras a mesa, ergues abrigo seguro, repartes a veste, esvazias a bolsa, atendendo
aos que necessitam... cede também o donativo da atenção aos angustiados, para que se
lhes descongestione o trânsito das idéias infelizes, nas veredas da alma.
Para que lhes prestes, entanto, o amparo devido, não mostres o ar distante dos que não
querem se incomodar e nem digas a frase clássica: "pior aconteceu comigo", com a qual,
muitas vezes, a pretexto de ajudar, apenas alardeamos egocentrismo, à frente dos outros,
sem perceber que estamos a esmagá-los.
É possível que os teus problemas sejam realmente maiores, entretanto, na Terra,
ninguém possui medida conveniente para determinar a extensão dos sofrimentos alheios.
Desce, pois, do alto nível de tuas dores, minorando aquelas que te pareçam mais simples.
Deixa que o próximo te relacione os próprios desgostos. Se tiveres pressa ou cansaço,
não pronuncies respostas tocadas de superioridade ou aspereza, qual se morasses numa
cátedra de heroísmo, faze pausa, mesmo breve, e gasta um minuto de gentileza.
Todavia, sempre que possas, ouve calmamente, diminuindo a aflição que lavra no mundo.
No instante em que te caiba configurar a palavra, dize a frase que esclareça sem ferir ou
que reanime sem enganar.
Se a circunstâncias te impelem às referências de ordem pessoal, seleciona aquelas que
sirvam aos outros, na condição de escora e esperança.
Sobretudo, em ouvindo, não interrompas quem fala com a vara do reproche.
Geralmente, os que te procuram o entendimento para descarregar as agonias da alma,
conhecem de sobra o calibre da cruz que eles mesmos colocaram nos ombros. Rogam-te
apenas alguma pequenina parcela de energia que lhes assegurem mais alguns passos,
caminho adiante.
Aprendamos a ouvir para auxiliar, sem a presunção de resolver.
O próprio Cristo consolando e abençoando, esclarecendo e servindo, não prometeu a
supressão imediata das provações de quantos o cercavam, mas, sim, apelava, sincero:
"Vinde a mim, que eu vos aliviarei."

Emmanuel/Francisco C. Xavier         "Opinião espírita"

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