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Podemos definir o estado de fixação mental
de uma criatura, encarnada ou desencarnada,
com aquele em que ela
«nada vê, nada ouve, nada sente além de si mesma”.
Explicar o mecanismo da fixação mental, tal qual se verifica, não é coisa fácil.
O próprio Hilário assim o diz, na consulta que faz ao esclarecido Assistente Áulus:
«Sinceramente, por mais me esforce, grande é a minha dificuldade para penetrar os enigmas da cristalização do Espírito em torno de certas situações e sentimentos. Como pode a mente deter-se em determinadas impressões, demorando-se nelas, como se o tempo para ela não caminhasse?»
Faremos, todavia, o que nos for possível para retransmitir, na pobreza de nossa linguagem
e na indigência de nossas noções doutrinárias, as elucidações do venerável Áulus.
A fixação mental pode perdurar durante séculos e até milênios.
O Espírito isola-se do mundo externo, passando a vibrar, únicamente, ao redor do próprio desequilíbrio, cristalizando-se no Tempo.
É como se fosse, em tosca comparação, uma agulha que faz o disco repetir, indefinidamente,
a mesma cantilena.
Se dissermos a um Espírito que se comunica com a mente fixa no pretérito, que nos achamos em 1957, dificilmente compreenderá ele as nossas explicações, uma vez que a sua mente, cristalizada no Tempo, reflete, tão só, fatos e acontecimentos, impressões e sentimentos do passado, os quais lhe
causaram profunda e indelével desarmonia interior.
Um Espírito nessas condições pede tempo e paciência dos componentes de um núcleo mediúnico.
O seu esclarecimento exige carinho e compreensão, além de muita vibração fraterna que, envolvendo-o, o levem ao esforço renovativo.
Estudemos o assunto à luz de um simples diagrama.
CAMPO DE BATALHA = {Retaguarda = {Amargura, Lágrimas, Humilhação.
{Vanguarda = {Alegria, Felicidade, Glória.
VIDA DO ESPÍRITO = {Retaguarda = {Estacionamento nas zonas inferiores,
Reencarnações dolorosas. {Vanguarda = {Renovação, Progresso.
A mente humana está simbolizada no soldado que luta pela conquista de posições.
Conforme o esforço, a perseverança, o adestramento, ou a má vontade, o desânimo e a inexperiência, ficará ele na retaguarda, entre mutilados e vencidos, ou surgirá, vitorioso, na vanguarda.
O soldado luta por vencer e destruir os inimigos externos.
A mente luta por vencer os inimigos internos, representados pelo egoísmo, crueldade, vingança, ciúme, prepotência, ambição.
O soldado empunhará a espada e o rifle, a granada e a metralhadora.
As armas da mente são a humildade, o espírito de serviço, a bondade com todos, a nobreza, a elegância moral, a disciplina.
Na retaguarda, para o soldado ou para a mente, o cenário é dantesco:
amargura, aflição, humilhação, sofrimento.
É a resposta da Lei à preguiça e à negligência.
Na vanguarda, para o soldado ou para a mente, a paisagem é expressiva:
alegria, felicidade, glória.
É a resposta da lei ao trabalho e à boa vontade.
A retaguarda, para a mente ociosa, significará estacionamento nas zonas inferiores, após a desencarnação, ou reencarnações dolorosas no futuro.
A vanguarda podemos simbolizá-la no trabalho renovativo, no progresso, na iluminação,
no enriquecimento moral e intelectual.
Muita bondade, repetimos, pede o serviço assistencial ao Espírito cuja mente se cristalizou no Tempo.
Assemelha-se, nas reuniões mediúnicas, a um louco, a quem falamos do Hoje, e ele vê, exclusivamente, o Ontem.
«Nada vê, nada ouve, nada sente além de si mesmo. »
Os dramas conscienciais que viveu; os conflitos amargos em que se debate; os distúrbios
psíquicos originados do abuso do livre arbítrio, se expressam, na atualidade, em forma de alucinação e fixação mental.
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