Digite aqui o assunto do seu interesse:

sábado, 3 de março de 2018

Vida - FRATERNIDADE

Olá,

“O estado corporal é transitório e passageiro. É no estado espiritual sobretudo que o Espírito colhe os frutos do progresso realizado pelo trabalho da encarnação; é também nesse estado que se prepara para novas lutas e toma as resoluções que há-de pôr em prática na sua volta à humanidade.”
O CÉU E O INFERNO 1ª parte — Capítulo 3º — item 10.

Saúda a madrugada do dever fazendo luz no entendimento amargurado.
Não digas que é inútil lutar, tendo em vista os insucessos pessoais.

Não creias que tudo seja caos e desordem, porque o mundo íntimo se
encontre em desassossego e anarquia.
As dores valem o valor que lhes damos.
As provações significam em aflição a dimensão da taça em que as
recolhemos como se fôssem ácidos ou cáusticos.
Porque mal-estares te inquietem e sombras derramem fantasmas na
imagem das coisas, não compares os dias a salas escuras de perspectivas
negativas.
Abre a porta à fraternidade e alegra-te também. Quem cultiva urze
apresenta-se cravado de espinhos.
Quem assimila decepções extravasa pessimismo.
É imprescindível romper as comportas do personalismo infeliz para que as
vibrações de felicidade te visitem a casa mental.
O homem que prefere baixadas tudo povoa de limites. Mas quem sonha
alcantis altaneiros e céus infinitos perde medidas e limitações para espraiar-se
como o ar ou agigantar-se como a luz.
Vives as idéias que te aprazem, e, enquanto te agrades na desdita
imaginária ninguém poderá clarear-te com as estrêlas aurifulgentes da
serenidade.
O homem transforma-se no que acalenta e vitaliza nos painéis recônditos
da mente.
Por esse motivo a desencarnação promove surpresas e choques àqueles
mesmos que despertam além-da-morte e que, conscientemente se ignoravam
em situações lamentáveis.
Fraternidade! — Muitos crimes se cometem em teu nome!
O solo e a mente, a água e o ar, o tempo e a luz em harmonioso conúbio
oferecem o pão generoso e rico à mesa.
A paciência e o trabalho no labor do artesão se unem para a grandeza da
arte.
A argila e o artífice em combinação segura dão forma à cerâmica
preciosa.
O buril e o amor identificados renovam as visões e paisagens sombrias da
Terra.
Fraternidade — sol para as almas, roteiro para a vida!
Em todo lugar há lugar para a fraternidade.
Os povos a preconizam estimulando a beligerância.
Pronunciam-lhe o nome, arregimentando soldados.
Lecionam diretrizes em torno dela, assaltando países indefesos para discutirem a paz, demoradamente, nos Organismos próprios, enquanto a hidra
da guerra dizima populações...
A fraternidade começa no lugar em que estamos, a fim de atingir a região
onde não iremos.
Aceitas a ira que gera conflitos, que cria violências, que estimula o crime.
Agasalhas o ódio que oblitera a razão, que acicata instintos, que estruge
em convulsões.
Corporificas azedumes que consomem o equilíbrio, que facultam
desordens, que enlouquecem.
No entanto, a palavra de Jesus é inconfundível:
— “Bem-aventurados os mansos porque herdarão a Terra
Mansuetude para a ação fraternal — eis a rota.
Procurando expressar a própria ventura e homenagear com a sua gratidão
o Mestre Incomparável, conhecido militante espírita, desencarnado, demandou,
na noite evocativa do Natal, região pavorosa de angústia punitiva e dor
reparadora, no Mundo Espiritual, para evangelizar a turbamulta ignara e
obscena.
Abrindo pequeno Evangelho, nos apontamentos de Mateus no Sermão da
Montanha começou a ler as anotações consoladoras registradas pelo Discípulo
Amado.
Enquanto a voz harmoniosa e calma vibrava amor fraternal no reduto
purgatorial, antigo sicário de consciências, turbulento e impiedoso, agora
entregue àprópria rebeldia, explodindo ira, solícitou o livro singular, e, diante do
evangelizador despedaçou as páginas, que atirou sobre o charco nauseabundo
em que se revolvia.
Longe de revidar, o mensageiro da Palavra da Vida Eterna tomado de
incomum sentimento fraternal, exclamou:
— “Perdoa-me não ter conseguido alcançar tua alma com o verbo divino,
considerando a minha própria inferioridade!”
Houve uma pausa na densa região de amargura.
— “Compreendo, meu irmão — prosseguiu, comovido —, tua revolta, no
entanto, não conheces Jesus. Reconheço-me indigno de apresentá-Lo;
todavia, sabendo-O o Médico do Amor por excelência não consigo recuar...
Recorda o Rei singular, nascido em manjedoura e supliciado na Cruz, a
balbuciar, em hora de terrível soledade:
— “Perdoa-os, meu Pai!”...
Não pode prosseguir. Não disse mais, nem se fazia necessário.
O verdugo se levantou, em pranto, e acudiu, dizendo:
— “Fala-me d’Ele, esse Homem que te dá forças para vencer a ira e amar
a ponto de chamar-me irmão”.
Fraternidade!
Começa agora mesmo o teu programa fraternal, tendo paciência contigo
próprio, no caminho evolutivo por onde rumas...

Joanna de Ângelis/Divaldo P. Franco          " Espírito e Vida "

Deixe seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.