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sexta-feira, 21 de junho de 2019

Nova Era - HUMILDADE

Olá,

Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um "canal ou espaço transcendente", por onde fui silenciosamente a inteligência universal.

Buda não foi apenas uma figura histórica que viveu há 2.500 anos, mas uma criatura extraordinária que, a partir das próprias experiências, encontrou a iluminação e o despertar dos potenciais internos. Ele criou uma forma de pensar que oferece respostas práticas para as diversas situações vivenciais e, ao mesmo tempo, uma maneira de transcendê-las.

Buda foi um psicólogo nato, um instrutor singular para a solução dos problemas humanos, tanto pessoais como coletivos. Ele se considerava um curador de almas, cujo remédio era a clareza súbita na mente para avaliar ou solucionar com objetividade certos fatos ou acontecimentos existenciais - o insight, na linguagem atual.
Sidarta Gautama ensinava: "De que servem cabelo e manto impecáveis, ó tolo! Tudo dentro de ti está confuso e, no entanto, penteias a superfície!".
Na época de Jesus Cristo, os fariseus - elite religiosa judaica, que vivia na estrita observância das escrituras mosaicas e da tradição oral - e da mesma forma, no tempo de Buda, os brâmanes — sacerdotes que consolidaram sua hegemonia social juntamente com o sistema de castas -, tanto uns como outros foram acusados de formalistas e hipócritas. Eram reconhecidos por suas ricas e pomposas vestimentas e por não viverem de acordo com o que pregavam.
Todas as almas veneráveis da humanidade possuíam e possuem plena consciência de que falar de humildade não torna ninguém humilde. Realmente, a humildade nada tem a ver com a presença ou ausência de bens materiais, mas com a forma de comportamento íntimo.
Na atualidade, ainda se associa humildade com inferioridade, submissão e pobreza; no entanto, ela está relacionada com distinção, gentileza, lucidez, graciosidade e simplicidade. Entre todas as virtudes, somente a humildade não realça a si mesma, porque o verdadeiro humilde não acredita que o seja.
No texto citado, Buda se referia aos que se consideravam melhores, mais bonitos e superiores aos outros, advertindo-os de sua presunção e censurando-os pela fascinação da postura elegante, quando deveriam estar mais atentos a seu desenvolvimento e crescimento espiritual.
O humilde examina e pondera o orgulhoso porque um dia também o foi; o arrogante, porém, como ainda não conquistou a humildade, não sabe apreciar e valorizar a simplicidade. Aliás, só quem tem plena consciência do seu valor pessoal é que não precisa se exaltar; quem não a tem exibe, de maneira ousada e insolente, sua capacidade, poder, prestígio ou cultura.
Os indivíduos humildes realçam a simplicidade das coisas, dada a facilidade surpreendente de apreender e organizar os dados de uma situação. Eles penetram na essência das coisas, pois desenvolveram a habilidade de "fazer a mente silenciar". É no "silêncio mental" que os ciclos habituais ou condicionados das regras e normas preconceituosas cessam, que os padrões de pensamentos inadequados são interrompidos, para que haja a internalização da inteligência universal em nós.
Em algumas correntes do budismo, há uma equivocada interpretação do nirvana. Elas tomam como verdade a crença de que a meta espiritual do homem é alcançar um estado de completa quietude, que o levará à supressão do desejo e da consciência individual. Na realidade, o termo nirvana, quando entendido em sua significação mais profunda, deve ser traduzido como "a união definitiva da criatura com o Criador", nunca como sinônimo de estático silêncio interior, onde impera o "não-ser".
Os humildes aprenderam, com a introspecção, a fazer de si mesmos um "canal ou espaço transcendente", por onde flui silenciosamente a inteligência universal.
Quando o eminente educador Hippolyte Leon Denizard Ri-vail questiona os Espíritos Superiores:"Qual é a fonte da inteligência?, eles respondem:
 "Já o dissemos: a inteligência universal" 1
A inteligência universal é o instrumento pelo qual retomamos a conexão com a Causa Primeira. Ela não está confinada a nenhuma religião; ao contrário, é acessível a todos os seres, contudo só se deixa penetrar por aqueles que têm "simplicidade de coração e humildade de espírito"2.
 Por meio de seus recursos infinitos, recebemos as mais sublimes contribuições - psicológicas, filosóficas, artísticas, científicas, religiosas -, alargando a compreensão da vida dentro e fora de nós mesmos.

'Questão 72 Qual é a fonte da inteligência?
"Já o dissemos: a inteligência universal. "
Poder-se-ia dizer que cada ser toma uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como toma e assimila o princípio da vida material?
"Isto não é mais que uma comparação e que não é exata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser, e constitui sua individualidade moral. De resto, como sabeis, há coisas que não é dado ao homem penetrar e esta é desse número, no momento."

2 "O Evangelho Segundo o Espiritismo", capítulo VII, item 2

Hammed/Francisco do E.S.Neto                   " Prazeres da Alma"

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