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quinta-feira, 23 de abril de 2020

Bem Viver - Como Adorar a Deus?

Olá,

Em todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo, atos de
adoração a um Ente Supremo, o que demonstra ser a idéia de Deus inata e
universal.
Com efeito, jamais houve quem não reconhecesse intimamente sua
fraqueza, e a consequente necessidade de recorrer a Alguém, todo-poderoso,
buscando-lhe o arrimo, o conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta
tão atribulada existência terrena.
Tempos houve em que cada família, cada tribo, cada cidade e cada raça
tinha os seus deuses particulares, em cujo louvor o fogo divino ardia

constantemente na lareira ou nos altares dos templos que lhes eram
dedicados.
Retribuindo essas homenagens (assim se acreditava), os deuses tudo
faziam pelos seus adoradores, chegando até a se postar à frente dos exércitos
das comunas ou das nações a que pertenciam, ajudando-as em guerras defensivas
ou de conquista.
Em sua imensa ignorância, os homens sempre imaginaram que, tal qual os
chefes tribais ou os reis e imperadores que os dominavam aqui na Terra,
também os deuses fossem sensíveis às manifestações do culto exterior, e daí
a pomposidade das cerimônias e dos ritos com que os Sagravam.
Imaginavam-nos, por outro lado, ciosos de Sua autenticidade ou de sua
hegemonia e, vez por outra, adeptos de uma divindade entravam em conflito
com os de outra, submetendo-a a provas, sendo então considerado vencedora
aquela que Conseguisse Operar feito mais surpreendente.
Sirva-nos de exemplo o episódio constante do 3º Livro dos Reis, capítulo
18, v. 22 a 40. Ali se descreve o desafio proposto por Elias aos adoradores de
Baal, para saber-se qual o deus verdadeiro. Colocadas as carnes de um boi
sobre o altar dos holocaustos, disse Elias a seus antagonistas: “Invocai vós,
primeiro, os nomes dos VOSSOS deuses, e eu invocarei depois, o nome do
meu Senhor; e o deus que ouvir, mandando fogo, esse seja o Deus.”
Diz o relato bíblico que por mais que os baamitas invocassem o seu deus,
em altos brados e retalhando-se com canivetes e lancetas, segundo o seu
costume, nada conseguiram.
Chegada a vez do deus de Israel, este fêz cair do céu um fogo terrível, que
devorou não apenas a vítima e a lenha, mas até as próprias pedras do altar.
Diante disso, auxiliado pelo povo, Elias agarrou os seguidores de Baal e,
arrastando-os para a beira de um rio, ali os decapitou.
O monoteísmo, depois de muito tempo, impôs-se, afinal, ao politeísmo, e
seria de crer-se que, com esse progresso, compreendendo que o Deus
adorado por todas as religiões é um só, os homens passassem, pelo menos, a
respeitar-se mutuamente, visto as diferenças, agora, serem apenas quanto à
forma de cultuar esse mesmo Deus.
Não foi tal, porém, o que sucedeu. E os próprios “cristãos”, séculos pós
séculos, contrastando frontalmente com os piedosos ensinamentos do Cristo,
empolgados pelo fanatismo da pior espécie, não hesitaram em trucidar, a ferro
e fogo, milhares e milhares de “hereges” e “infiéis”, “para maior honra e glória
de Deus!” como se Aquele que é o Senhor da. Vida pudesse sentir-se honrado
e glorificado com tão nefandos assassínios...
Atualmente, bastante enfraquecido, o sectarismo religioso começa a
derruir, o que constitui prenúncio seguro de melhores dias, daqui para o futuro.
Acreditamos, mesmo, que, graças à rápida aceitação que a Doutrina
Espírita vem alcançando por toda a parte, muito breve haveremos de
compreender que todos, sem exceção, somos de origem divina e integrantes
de uma só e grande família. E posto que Deus é Amor, não há como adorá-lo
senão “amando-nos Uns aos outros”, pois, como sabiamente nos ensina João,
o apóstolo (1 ep., 4:20), se o homem não ama a seu irmão, que lhe está
próximo como pode amar a Deus, a quem não vê?”
 O Livro dos Espiritos - questão 649 e seguintes

Rodolfo    Calligaris        "As Leis Morais da Vida "

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