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terça-feira, 26 de março de 2019

Vida - COMPAIXÃO SEMPRE

Olá,

Há crimes que se revestem de tal crueldade que se tornam hediondos sob qualquer aspecto
considerado.
Guerras, terrorismo, campos de concentração, perseguições étnicas, homicídios seriais,
sequestros que terminam em desencarnação, furtos e roubos com o assassinato das vítimas,
estupros, pedofilia, os delitos denominados de colarinho branco, somente para relacionar alguns
dos mais perversos, vêm apresentando estatística sempre crescente, numa demonstração lamentável

do desprezo à ética e à moral, como frutos espúrios, de um lado, em razão das terríveis
psicopatologias desses criminosos antissociais, dos obsidiados por espíritos asselvajados e, por
outro, em decorrência das injustiças sociais que predominam na sociedade contemporânea.
Os transtornos de comportamento, no campo individual, que dão margem à violência e à
perversidade, como resultados do ciúme doentio e covarde, vêm transformando os lares em campos
de batalha, nos quais sempre têm lugar as agressões machistas, no contínuo desrespeito à mulher,
nos maus tratos aos filhos e em ultrajantes assassínios que estarrecem...
Nada obstante, os desvios de conduta e os conflitos individuais respondem por outra ordem
de delitos que se desenvolvem nos bastidores dos relacionamentos, gerando sofrimentos
inenarráveis, animosidades profundas, ódios e ressentimentos de largo porte...
trata-se do aborto provocado, um dos mais sórdidos crimes que alguém se permite,
especialmente pela razão de atacar um ser que não se pode defender, mais lamentável ainda, quando
pessoas de destaque na comunidade exibem a infâmia da sua prática, estimulando os fãs ardorosos e
apaixonados pelos seus desempenhos a procederem de maneira equivalente...
A infidelidade conjugal banalizou-se  de tal forma, tanto para homens como para
mulheres, que passou a ser motivo de exaltação dos irresponsáveis, nas denominadas confissões
públicas em periódicos que são verdadeiros agentes multiplicadores de opinião, estimulando o
desrespeito e a vulgaridade...
A calúnia com objetivo de difamação transformou-se em instrumento de vingança e de
inveja, ampliando o seu círculo odiento, sem qualquer sentimento de piedade pela vítima, que
ignora a ocorrência danosa.
A maledicência doentia, que graça nos meios sociais, em forma de distração, sempre, porém,
é portadora de intenções prejudiciais a respeito daquele que lhe padece a injunção desleal.
Em campo muito mais vasto, os pensamentos de antipatia, os desejos de infortúnio para os
outros, os campeonatos duelistas internos, as contínuas ondas de malquerença, em decorrência da
inferioridade moral em que se encontram essas criaturas, contribuem para que a psicosfera do
planeta terrestre se torne quase insuportável...
todos esses e muitos outros vícios espirituais atestam o grau de primitivismo em que
transitam muitos milhões de seres humanos que, apesar do conhecimento intelectual, das admiráveis
conquistas do pensamento, da ciência e da tecnologia, ainda não se deixaram penetrar pelos nobres
sentimentos do amor, no respeito a si mesmo, assim como ao seu próximo.
Apesar da impunidade que vigora em muitas nações infelizes, nas quais os governos
arbitrários são também passíveis de penalidades, em razão da exploração e da indiferença para com
os problemas do povo, ao qual juraram proteger e diminuir as aflições, momento chega em que as
consciências anestesiadas desses sicários da humanidade despertam, convocando-os às inadiáveis
reparações dolorosas.
Retornam, compulsoriamente, ao corpo carnal em situação lastimosa, portanto idiotia,
degenerescências mentais e físicas, chafurdando na miséria em lugares e situações sub-humanas,
onde aprenderão a respeitar as concessões da vida, que tiveram ao alcance, momentaneamente,
malbarataram.
Ninguém foge aos impositivos dos Estatutos da vida que inscrevem em cada qual a
legislação moral, mesmo quando não se apresenta lúcida...
Convém observar-se a situação das vítimas dessas insânias, as pessoas que perderam a
alegria de viver, que foram massacradas e expulsas do convívio do grupo social, no qual se
movimentavam, que tombaram nos transtornos depressivos e nos sofrimentos íntimos inenarráveis,
sem oportunidade de defesa ou de esclarecimento da ocorrência.
Silêncios heróicos se impuseram muitos que tombaram nas malhas terríveis e asfixiantes
desses crimes nefandos, roubando-lhes a alegria e a motivação para viver, tornando-os sonâmbulos
no meio da multidão...
Alguns tentaram justificar-se, explicar-se mas não tiveram tempo, sendo vítimas inocentes
das ocorrências coletivas e destruidoras. Outros mergulharam no desgosto, na dor da saudade, no
abismo da vergonha, no constrangimento, deixando-se consumir pelo ódio, pelo ressentimento em
contínuo amargor, ante o desejo de vingança, o anseio por justiça, vencidos pela revolta...
Infelizmente, nesses casos, o mal dos maus conseguiu alcançar a sua meta, que era fazer-lhes
mal.
Jesus recomendou que não se deve resistir à tentação dos maus, sintonizando com eles,
entrando em parceria mental, permitindo-se agasalhar os sentimentos negativos que lhes são
habituais, porque isso é muito pior do que a ocorrência em si mesma.
Se o mal não receber a contribuição da revolta da vítima, da sua mágoa, do seu desalento,
eis que perde o significado infeliz por falta de sustentação vibratórias e emocional.
Uma única atitude, no entanto, deve ser mantida ante as ocorrências danosas destes dias, que
é o perdão ao criminoso e o rechaço ao seu comportamento.
O perdão àquele que é o responsável pela desgraça que infligiu a outrem não o exonera da
responsabilidade da ação perniciosa, que terá de responder pelos danos causados, mas proporciona
um grande bem à vítima, sem sobrecarregar o responsável pela sua infelicidade.
Há situações e gravames, no entanto, que, pela sua perversidade, não inspiram a dádiva do
perdão, provocando reações emocionais e orgânicas as mais devastadoras. Apesar disso, não há
outra alternativa, exceto considerar que, diante da magnitude do feito mau, não sendo possível
perdoar, porque as resistências morais não o permitem, pelo menos se deve desculpar, facultando ao
calceta o direito de ser um transtornado...
ainda assim, havendo dificuldade e resistência psicológica para a desculpa, tal o impacto do ato infeliz, existe uma ultima possibilidade de não se vincular ao déspota, que é ter compaixão dele.
A compaixão é o passo último ou o primeiro que deve ser dado por qualquer pessoa que foi
vítima de injunção malévola e destrutiva.
Esse sentimento de compreensão da miséria do outro permite que se lhe não deseje mais
desventura além daquela em que fossiliza.
Numa reflexão que deve ser feita com espontaneidade, aquele, que sofre deve colocar-se no
lugar do perseguidor e considerar quanto ele padece interiormente, vitimado por distúrbios de vária
ordem e como é desventurado por anelar felicidade produzindo a desdita de outrem.
Mediante essa atitude, que dá a medida possível do infortúnio do algoz, a sua vítima pode,
sim, compadecer-se do desditoso, não mais se permitindo vencer pelo ressentimento, desculpando-o
em relação ao crime cometido, e, por fim, perdoando-o...
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, na questão número 752, interrogou aos Benfeitores
da humanidade: Poder-se-á ligar o sentimento de crueldade ao instinto de destruição?
E os espíritos elevados responderam: - “É o instinto de destruição no que tem de pior,
porquanto, se, algumas vezes, a destruição constitui uma necessidade, com a crueldade jamais se
dá o mesmo. Ela resulta sempre de uma natureza má.”
Todos aqueles, porém, que são vítimas dessas condutas desvairadas, recuperam-se de erros
não menos graves que cometeram anteriormente, edificando-se e reparando-os agora, a fim de
ascenderem pela escada do progresso moral e espiritual às cumeadas da felicidade.
A Divindade, no entanto, não necessita desses flageladores porque dispõe de mecanismos
próprios, no entanto, o primitivismo de muitos espíritos, por vontade pessoal, torna-se instrumentos
da Justiça impondo reparação, porém tombando nos mesmos abismos...
Compaixão, desculpa e perdão, portanto, constituem a trilogia terapêutica a que se devem
entregar aqueles que sofrem as situações dolorosas referidas.

Divaldo Franco/Joanna de Ângelis                         " Atitudes Renovadas "

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