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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Meditar - A HORA FINAL

Olá,

Que se passa no momento da morte e como se desprende o Espírito da sua prisão material? Que Impressões, que sensações o esperam nessa ocasião temerosa? É isso o que interessa a todos conhecer, porque todos cumprem essa jornada. A vida foge-nos a todo instante: nenhum de nós escapará à morte.
Ora, o que todas as religiões e filosofias nos deixaram ignorar os Espíritos, em multidão, no-lo vêm ensinar. Dizem-nos que as
sensações que precedem e se seguem à morte são infinitamente variadas
 e dependentes sobretudo do caráter, dos méritos, da elevação moral do Espírito
que abandona a Terra.
 A separação é quase sempre lenta, e o desprendimento da alma opera-se
gradualmente. Começa, algumas vezes, muito tempo antes da morte, e só se
completa quando ficam rotos os últimos laços fluídicos que unem o perispírito
ao corpo. A impressão sentida pela alma revela-se penosa e prolongada
quando esses laços são mais fortes e numerosos. Causa permanente da
sensação e da vida, a alma experimenta todas as comoções, todos os
despedaçamentos do corpo material.
Dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um
sono agradável seguido de um despertar silencioso. O desprendimento é fácil
para aquele que previamente se desligou das coisas deste mundo, para aquele
que aspira aos bens espirituais e que cumpriu os seus deveres. Há, ao
contrário, luta, agonia prolongada no Espírito preso à Terra, que só conheceu
os gozos materiais e deixou de preparar-se para essa viagem.
Entretanto, em todos os casos, a separação da alma e do corpo é seguida
de um tempo de perturbação, fugitivo para o Espírito justo e bom, que desde
cedo despertou ante todos os esplendores da vida celeste; muito longo, a
ponto de abranger anos inteiros, para as almas culpadas, impregnadas de
fluídos grosseiros. Grande número destas últimas crê permanecer na vida
corpórea, muito tempo mesmo depois da morte. Para estas, o perispírito é um
segundo corpo carnal, submetido aos mesmos hábitos e, algumas vezes, às
mesmas sensações físicas como durante a vida terrena.
Outros Espíritos de ordem inferior se acham mergulhados em uma noite
profunda, em um completo Insulamento no seio das trevas. Sobre eles pesa a
incerteza, o terror. Os criminosos são atormentados pela visão terrível e
incessante das suas vítimas.
A hora da separação é cruel para o Espírito que só acredita no nada.
Agarra-se como desesperado a esta vida que lhe foge; no supremo momento
Insinua-se-lhe a dúvida; vê um mundo temível abrir-se para abismá-lo, e quer,
então, retardar a queda. Daí, uma luta terrível entre a matéria, que se esvai, e a
alma, que teima em reter o corpo miserável. Algumas vezes, ela fica presa até
à decomposição completa, sentindo mesmo, segundo a expressão de um
Espírito, “os vermes lhe corroerem as carnes”.
Pacífica, resignada, alegre mesmo, é a morte do justo, a partida da alma
que, tendo muito lutado e sofrido, deixa a Terra confiante no futuro.
Para esta, a morte é a libertação, o fim das provas. Os laços enfraquecidos que
a ligam à matéria, desatam-se docemente; sua perturbação não passa de leve
entorpecimento, algo semelhante ao sono.
Deixando sua residência corpórea, o Espírito, purificado pela dor e pelo
sofrimento, vê sua existência passada recuar, afastar-se pouco a pouco com
seus amargores e ilusões; depois, dissipar-se como as brumas que a aurora
encontra estendidas sobre o solo e que a claridade do dia faz desaparecer. O
Espírito acha-se, então, como que suspenso entre duas sensações: a das
coisas materiais que se apagam e a da vida nova que se lhe desenha à frente.
Entrevê essa vida como através de um véu, cheia de encanto misterioso,
temida e desejada ao mesmo tempo. Após, expande-se a luz, não mais a luz
solar que nos é conhecida, porém uma luz espiritual, radiante, por toda parte
disseminada. Pouco a pouco o inunda, penetra-o, e, com ela, um tanto de
vigor, de remoçamento e de serenidade. O Espírito mergulha nesse banho
reparador. Aí se despoja de suas incertezas e de seus temores. Depois, seu
olhar destaca-se da Terra, dos seres lacrimosos que cercam seu leito
mortuário, e dirige-se para as alturas. Divisa os céus imensos e outros seres
amados, amigos de outrora, mais jovens, mais vivos, mais belos que vêm
recebê-lo, guiá-lo no seio dos espaços. Com eles caminha e sobe às regiões
etéreas que seu grau de depuração permite atingir. Cessa, então, sua
perturbação, despertam faculdades novas, começa o seu destino feliz.
A entrada em uma vida nova traz impressões tão variadas quanto o permite
a posição moral dos Espíritos. Aqueles — e o número é grande — cujas
existências se desenrolam indecisas, sem faltas graves nem méritos assinalados,
acham-se, a princípio, mergulhados em um estado de torpor, em um
acabrunhamento profundo; depois, um choque vem sacudir-lhes o ser. O
Espírito sai, lentamente, de seu invólucro: como uma espada da bainha;
recobra a liberdade, porém, hesitante, tímido, não se atreve a utilizá-la ainda,
ficando cerceado pelo temor e pelo hábito aos laços em que viveu. Continua a
sofrer e a chorar com os entes que o estimaram em vida. Assim corre o tempo,
sem ele o medir; depois de muito, outros Espíritos auxiliam-no com seus
conselhos, ajudando a dissipar sua perturbação, a libertá-lo das últimas
cadeias terrestres e a elevá-lo para ambientes menos obscuros.
Em geral, o desprendimento da alma é menos penoso depois de uma longa
moléstia, pois o efeito desta é desligar pouco a pouco os laços carnais. As
mortes súbitas, violentas, sobrevindo quando a vida orgânica está em sua
plenitude, produzem sobre a alma um despedaçamento doloroso e lançam-na
em prolongada perturbação. Os suicidas são vítimas de sensações horríveis.
Experimentam, durante anos, as angústias do último momento e reconhecem,
com espanto, que não trocaram seus sofrimentos terrestres senão por outros
ainda mais vivazes.
O conhecimento do futuro espiritual, o estudo das leis que presidem à
desencarnação são de grande importância como preparativos à morte. Podem
suavizar os nossos últimos momentos e proporcionar-nos fácil desprendimento,
permitindo mais depressa nos reconhecermos no mundo novo que se nos
desvenda.
Leon Denis                         " Depois da Morte "

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