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domingo, 24 de maio de 2020

Vida - Indulgência

Olá,

A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar
deles, divulgá-los. Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem
conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem
sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que,
com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos
que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de

os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem
nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando
criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não
tereis feito o que reprovais, visto que estais a censurar; que valeis mais do
que o culpado. Ó homens! quando será que julgareis os vossos próprios
corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem
vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares
severos sobre vós mesmos?
Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros.
Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos
íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes
as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel
de todos os atos. Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema!
tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma,
ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita.

 – José, Espírito protetor. (Bordeaux, 1863.)    O E.S.E. cap X item 16

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