Olá,
A vida cotidiana interfere significativamente na vida psíquica.
Tudo o que fazemos e como fazemos segue um ritmo ditado pelo psíquico, porém os condicionamentos que a cultura, a educação e o meio impõem, lhe alteram seu funcionamento.
Muitas vezes, os espíritos desencarnados que trabalham com certos médiuns alteram a vida particular deles para que se moldem ao que desejam.
Noutros, eles, os espíritos, se adaptam ao
“modus vivendi” de seus médiuns. Num e noutro caso há perdas e ganhos para ambos os lados.
A opção de casar, isto é, de viver em companhia de alguém, numa relação marital, impõe obrigações que, se não respeitadas, podem interferir psiquicamente no exercício e no desenvolvimento
da mediunidade.
Quando um dos parceiros opta pelo exercício da mediunidade numa instituição espírita, deve, antes
de iniciar a prática, conversar com o outro de forma conciliatória, visando a inserção adequada daquela nova atividade, sem prejuízos às obrigações familiares ou maritais.
O exercício da mediunidade deve ser feito de tal forma que não venha a ser um elemento favorecedor à separação do casal ou trazer dissabores à convivência.
O psiquismo da pessoa que vive maritalmente contém, na consciência, elementos que se prestam a determinadas projeções de que os desencarnados se utilizam para transmitir suas idéias, em formatos diferentes daqueles cujos médiuns são solteiros.
Os solteiros, isto é, aqueles que não vivem maritalmente com alguém, (nem vivem relações não convencionais) não possuem em seu psiquismo os elementos (símbolos) semelhantes aos casados.
Não vivem, os solteiros, situações típicas da vida marital, principalmente na esfera relacional, a qual impõe doações e renúncias em favor do outro. Mesmo que o solteiro more com alguém (mãe ou
outro parente) a relação será diferente da marital.
O produto da mediunidade intelectual, no que diz respeito aos símbolos que formatam o conteúdo das mensagens será, portanto, diferente para cada caso.
Em alguns casos, o exercício da mediunidade pública coloca o indivíduo em certo grau de projeção que pode levá-lo a deixar a vida marital e, às vezes, familiar, para se dedicar ao serviço com mais tempo e sem as obrigações materiais que tinha.
Alguns seguem a vida sem uma vida marital, outros, buscam uma relação não convencional. Essa mudança nem sempre favorece o processo de individuação (crescimento e desenvolvimento da
personalidade) do médium, muito embora, em certos casos, pode ser um ganho para a divulgação do Espiritismo.
Devem, os médiuns, nesse caso, avaliar se abdicam ou não de sua realização pessoal em favor do coletivo, ou buscam uma forma conciliatória de viver. A alternativa que direcione exclusivamente para uma das opções traz sempre algum prejuízo.
Alguns médiuns, quando casados, por conta de conflitos na esfera familiar, tendem a transferir suas soluções para o conteúdo das comunicações, dificultando assim a transparência nas mensagens de que são veículos.
Alguns candidatos ao exercício mediúnico, quando mais jovens, ficam indecisos entre uma relação amorosa e o exercício de sua mediunidade, às vezes, acreditando que uma coisa atrapalha a outra.
Não se trata de uma escolha entre opostos, mas de aprender a dedicar atenção a coisas distintas.
O exercício da mediunidade não deve ser empecilho a uma vida amorosa saudável.
Mesmo para aqueles que já reencarnam com a mediunidade ostensiva, não será prejuízo ter uma vida amorosa e familiar harmônica.
Não é necessário abdicar de uma família para aqueles que querem tê-la. Não se deve colocar a mediunidade pública em oposição à constituição de uma família.
É preciso aprender a conciliar interesse público com interesse privado. Saber viver equilibradamente as duas dimensões da vida é uma demonstração de maturidade psicológica e evolução espiritual.
Os símbolos presentes na vida de uma pessoa solteira, isto é, que não conviva com um parceiro, diferem daqueles dos casados, por conta de se aproximarem mais do inconsciente.
O psiquismo do solteiro tende a desenvolver símbolos relativos à autonomia na própria vida. A experiência de ser o único responsável pelas escolhas que faz na vida desenvolve neles um senso
de independência, liberdade e a necessidade de serem muito mais atentos à sua rotina, já que não possuem a quem atribuir a culpa pelo que fazem ou deixam de fazer.
Por conta de sua condição, aprendem a autogerir a própria vida, pois não contam no dia-adia
com alguém com quem dividir responsabilidades.
Criam disciplina própria, independente das cobranças externas, mas afinada com sua consciência de propósito de vida. Abrem espaços para cuidar das várias dimensões da própria vida com vista à
individuação. Os desafios que vencem promovem a existência de símbolos no psiquismo que se prestam a outras qualidades de comunicações mediúnicas, tão válidas quanto as dos casados.
PSICOLOGIA E MEDIUNIDADE ADENAUER NOVAES
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