cada um de nós, promover a felicidade pelas próprias obras, deve encontrar tremenda oposição, tanto mais viva por estancar uma das mais rendosas
fontes de receita. E assim tem sido, sempre que uma nova descoberta ou invento abala costumes inveterados e preestabelecidos.
Quem vive de velhos e custosos processos jamais deixa de preconizar-lhes a superioridade e excelência e de desacreditar os novos, mais econômicos.
Acreditar-se-á, por exemplo, que a imprensa, apesar dos benefícios prestados à sociedade, tenha sido aclamada pela classe dos copistas?
Não, certamente eles deveriam profligá-la. O mesmo se tem dado em
relação a maquinismos, caminho de ferro e centenares de outras descobertas e aplicações
Aos olhos dos incrédulos o dogma da eternidade das penas afigura-se
futilidade da qual se riem; para o filósofo esse dogma tem uma gravidade social pelos abusos que acoroçoa, ao passo que o homem verdadeiramente religioso tem a dignidade da religião interessada na destruição dos abusos que tal dogma origina, e da sua causa, enfim.
O Céu e o Inferno 1ª Parte, cap. VI, item 24
Diz a Lei: “não furtaras”.
Sim, não furtarás o dinheiro, nem a fazenda, nem a posse dos semelhantes.
Contudo, existem outros bens que desaparecem, subtraídos pelo assalto da agressividade invisível que passa, impune, diante dos tribunais articulados na Terra.
Há muitos amigos que restituem honestamente a moeda encontrada na rua, mas que não se pejam de roubar a esperança e o entusiasmo dos companheiros dedicados ao bem, traçando telas de amargura e desânimo, com as quais favorecem a vitória do mal.
Muitos respeitam a terra dos outros; entretanto não hesitam em dilapidar-lhes o patrimônio moral, assestando contra eles a maledicência e a calúnia.
Há criaturas que nunca arrebataram objetos devidos ao conforto do próximo; contudo, não vacilam em surrupiar-lhes a confiança.
E há pessoas inúmeras que jamais invadiram a posse material de quem quer que seja; no entanto, destroem sem piedade a concórdia e a segurança do ambiente em que vivem, roubando o tempo e a alegria dos que trabalham.
“Não furtarás” – estatui o preceito divino.
É preciso, porém, não furtar nem os recursos do corpo, nem os bens da alma, pois que a consequência de todo furto é prevista na Lei.
Emmanuel/Francisco C. Xavier Justiça Divina
Deixe seu comentário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.