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terça-feira, 11 de março de 2014

Doutrina Espírita - Lugares de expiação

Olá,

À semelhança dos pagãos, os cristãos têm o seu rei dos infernos que é Satanás, com a diferença de que Plutão se limitava a governar o império sombrio que havia recebido, mas sem praticar maldades. Ele retinha nesse império os que haviam praticado o mal, porque essa era a sua missão, mas não procurava induzir os homens ao mal pelo prazer de os submeter ao sofrimento. Satanás entretanto recruta as suas vítimas por toda parte e se alegra de fazê-las atormentar por legiões de demônios armados de tridentes para revolvê-los nas chamas.
Tem-se mesmo discutido seriamente sobre a natureza desse fogo que queima sem cessar os condenados, sem jamais os consumir, chegando-se a perguntar se seria um fogo de betume. O inferno cristão não permite, pois, que o inferno pagão o exceda em nada.

O Céu e o inferno 1ª Parte, cap. IV, item 4

Múltiplas são as conceituações dos infernos exteriores.
Para os hindus de várias legendas religiosas da antiguidade, a região do sofrimento, para lá do sepulcro, dividia-se em dezenas de seções, nas quais os Espíritos culpados experimentavam os martírios do fogo e da asfixia, dos botes de serpentes e aves famélicas, de venenos e martelos, lâminas e prisões.
Entre os chineses, acreditava-se que os condenados, após o decesso, atravessavam privações e torturas, até caírem, exaustos, numa espécie de segunda morte, com o suposto aniquilamento do próprio ser.
Egípcios possuíam aparatosos regimes de corrigenda para os mortos que fossem implacavelmente sentenciados a penas aflitivas, sob os vistas de Anúbis.
A crença popular grega admitia a existência de abismos insondáveis, além-túmulo, onde os maus eram atormentados por agonias cruéis.
E, seguindo por vasta escala de concepções, a teologia relaciona infernos hebraicos, persas, romanos, escandinavos, mulçumanos e ainda os que são até hoje perfilhados pelos diversos departamentos da atividade cristã.
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Não ignoras que os sistemas de castigo, mentalizados para depois da morte, obedecem às idiossincrasias de cada povo, apresentando, por isso, variedades multiformes. E sabemos igualmente, em Doutrina Espírita, que existem outros infernos exteriores, a cercar-nos na Terra, entre os próprios espíritos encarnados.
Não longe de nós, vemos o inferno da ignorância, em que se debatem as inteligências sequiosas de luz, o inferno das necessidades primárias absolutamente desatendidas, o inferno dos entorpecentes, o inferno do lenocínio, o inferno do desespero e o inferno das crianças desamparadas, todos eles gerando os suplícios das sombras e da loucura, do pauperismo e da enfermidade, do abandono e da delinquência.
Em razão disso, embora respeitando as crenças alheias, observemos as próprias ações, a fim de verificar o que estamos fazendo para extinguir os infernos que nos rodeiam.
E, sobretudo, aprendendo e servindo, vigiemos o coração para que a prática do bem nos garanta a consciência tranquila, de vez que todos somos responsáveis pela nossa própria condição espiritual.
Disse-nos o cristo: “O reino de Deus está dentro de vós”, ao que, de acordo com ele mesmo, ousamos acrescentar: e o inferno também.

Emmanuel/Francisco C. Xavier                                                     Justiça Divina

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