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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Bem Viver - O dom de expressão

 

Olá, 

" Nunca queira ser mais nem se sinta menos que os outros. Você é tímida porque não reconhece seus verdadeiros valores nem aceita suas limitações. Quanto mais sufocar sua essência, mais aumentará sua timidez. Uma pessoa autêntica é espontânea, por isso cativa muito mais do que se usasse diversas artimanhas. É lei da própria natureza: a flor se expressa através do perfume, os pássaros pelo canto, as árvores pelos frutos, o arco-íris pelas cores. A vida é a divina expressão de Deus.
 O que é manifestado no exterior reflete o que ocorre no imo da própria alma. Os seres humanos têm grande necessidade de se exprimir por gestos, palavras, sentimentos. Na auto-expressão ocorre uma mostra explícita da individualidade - quanto mais consciente for a criatura, mais espontânea e desenvolta será sua atuação.
 Se você colocar obstáculos ao dom da comunicação, dote natural de todo ser humano, será chamada de pessoa sem eco. Não quero dizer que, para se fazer entender, precise ser superdotada; mas simplesmente que se exprima da melhor maneira possível. 
 Vale muito a chama de uma vela na escuridão. Na religião dos antigos gregos e romanos, Eco era a divinização do fenômeno acústico; Juno - senhora do Céu e da Terra - a esposa do deus Júpiter e filha de Saturno. Um certo dia Eco, famosa pela “arte de conversar”, foi convocada por Júpiter para que entretivesse Juno. 
O poderoso deus queria ter mais liberdade e tempo para descer à Terra, pois dessa forma se livraria do controle ciumento e possessivo da esposa. Eco obedeceu à ordem do soberano dos deuses, mas o estratagema foi descoberto por Juno. Enfurecida, voltou-se contra a pobre jovem e castigou-a impiedosamente. Privou-a de seu bem mais precioso - o dom de se expressar - , ordenando: “tu não farás da palavra senão um uso reduzido!”
 Seria permitido a Eco somente repetir as palavras alheias e nunca mais poderia comunicar seus sentimentos e emoções a ninguém. Apavorada com a terrível maldição, Eco, diante da vingativa deusa, ainda tentou dizer alguma coisa em sua defesa, mas de sua garganta nunca mais saiu som algum. A bela moça, inesperadamente silenciada, abandonou a morada dos imortais chorando seu triste destino. Caiu numa tal desventura que só lhe restaram os ossos, transformados em penhascos e cavernas. Dela apenas restou a voz como efeito sonoro. O castigo que Juno deu a Eco você está dando a si mesma.
 A relação da Divina Providência com o ser humano é semelhante a uma mãe embalando o filho nos braços. Ela sorri, fala, canta para ele, sussurra-lhe mil palavras ao ouvido, envialhe inúmeras mensagens através dos gestos e da tonalidade da voz. 
Assim também se processa o diálogo do Criador com suas criaturas. Portanto, deixe que se manifeste a inspiração que há em você; ela é como a névoa da manhã a espalhar-se em sua atmosfera espiritual. Você, como todas as outras pessoas, é rica de inspiração. Para identificá-la, basta que abra as comportas da alma. 
Toda timidez é formada pelo desejo de agradar e pelo medo de não o conseguir. É produto do orgulho e não da modéstia. Você fica ruborizada porque ninguém consegue controlar o corpo por completo. O corpo não mente. Mesmo que você procure esconder seus verdadeiros sentimentos por meio de atitudes artificiais, a expressão corporal denunciará sua impostura. 
Transmita as melodias do sentimento e os musicais da intuição; eles estão presentes no concerto de sua própria vida. A mesma força que você utiliza para conter seu dom de expressão é a mesma para soltá-lo na comunicação espontânea.

 Lourdes Catherine/ Francisco do E.S.Neto     " Conviver e melhorar"

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