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terça-feira, 19 de março de 2019

Meditar - COMPLEXOS E PROJEÇÕES

Olá,

Procedentes dos comportamentos ancestrais e dos conflitos que se insculpem no Espírito, quando a conduta se fez caracterizar pelos desastres morais, eis que ressumam dos arquivos do inconsciente pessoal as marcas danosas em forma de complexos e projeções da imagem.
É comum, nos portadores dessas debilidades, examinar o próximo como se ele fosse um espelho no qual a imagem própria apresenta-se inversa. Refletindo as suas lamentáveis feridas espirituais. Por consequência, as observações sempre representam aquele que se dedica a fazê-lo, ao
ver-se em forma oposta ao que pensa de si mesmo.

Assinalando pela culpa ínsita na consciência, é normal que a todos considere como se a ele
próprio fora.
Em razão de ser-lhe conhecidas as aflições e distonias, as imperfeições e defeitos, com muita
facilidade projeta-os no seu próximo como se lhe pertencessem. Como lhe escasseiam as virtudes,
os valores éticos raramente o identificam no espelho em que se mira.
Quando se trata de um ser mesquinho ou atormentado, projeta o seu complexo, inconsciente
ou não, de inferioridade, retratando o outro de maneira infeliz, conforme se sente, e não de acordo
com a realidade da observação.
Quando é pulcro e organizado, admirador da ordem e do belo, vivenciando os valores
edificantes, com facilidade projeta-se e identifica noutrem esses conteúdos, embora possa também
assinalar algumas das deficiências que ele possui,.
Os primeiros sempre assumem a postura de vítimas ou de mártires, quando não aceitos,
fugindo para a astúcia com que buscam mascarar os conflitos, tornando-se hábeis na censura e nos
comentários maliciosos.
Facilmente comportam-se de maneira contrária à realidade interior, comprazendo-se em
exibir as ulcerações íntimas dos outros, o que lhes parece minimizar o autodesamor, os conceitos
depreciativos que formulam de si mesmos.
Os segundos, em face de viverem desarmados e afetuosos, não se fixam nas deficiências
daqueles com os quais convivem, e quando as detectam, comprazem-se exaltar-lhes as conquistas
logradas, estimulando-os ao prosseguimento dos tentames em busca das vitórias sobre as
dificuldades.
Os complexos no comportamento sempre refletem a sombra dominante no ser, que tenta
ignorá-la, impedindo-lhe o enfrentamento com o si-mesmo, o que a diluiria facilmente, por
incorporá-la à sua realidade. Enquanto assim procede, age como alguém que não considera a
necessidade do autoconhecimento para a descoberta dos recursos que facultam o bem proceder, o
ser feliz.
Ignorar a sombra, ao invés de evitar-lhe a interferência, mais lhe facilita a influência, a
dominação na personalidade.
Em outras circunstâncias, luta-se contra a sua ação vigorosa, como se lhe constituísse
adversário que deva ser combatido. A atitude indevida propicia o desperdício de energias, que
poderiam ser canalizadas de maneiras proveitosa em favor da autoiluminação.
Aquele que assim procede é semelhante a alguém que empurra um objeto que se encontra
sustentado por um mecanismo elástico e resistente, que reage a qualquer impulso na razão direta da
força que lhe é direcionada.
O êxito seria fácil, bastando que se lhe desmontasse a mola do artefato no lado oposto.
Enfrentar cordialmente a sombra, considerando-a parte integrante da conduta, constitui
recurso psicoterapêutico eficaz para diluí-la mediante a integração eixo ego-si-mesmo.
Os complexos,desse modo, revelam-se problemas que se agravam nos caracteres presunçosos,
tiranos de si mesmos, disfarçados de honoráveis e retos.
Aqueles que assim procederem constituem elementos perniciosos no grupo social em que se
encontram.
São fiscais impiedosos dos outros, censores rigorosos das falhas alheias, que lhes são
normais e as arremessam nos demais por se julgarem merecedores da consideração que se atribuem
sem qualquer crédito para tanto.
Sê o companheiro autenticamente gentil com todos aqueles com os quais convives. Não te
preocupes com as suas imperfeições e defeitos morais, porque a tua não é a tarefa da fiscalização,
mas a contribuição da amizade.
Para tanto, mantém-se sereno, superando os desafios existenciais, particularmente aqueles
que fazem parte da tua agenda moral de natureza interior.
O que ora sofres tem raízes no passado. Resolve-te pelo enfrentamento natural, trabalhando
a dificuldade e transformando-a em conquista.
Por outro lado, não estimes as pessoas generosas pelo que te podem oferecer, tendo o
cuidado de ser aquele que tem o interesse em ofertar.
Evita, porém, quando assim procederes, a postura de benfeitor ou de anjo socorrista,
conduzindo-te com a naturalidade que gostarias te fosse oferecida, caso a situação se apresentasse
diferente.
Quando te sintas tentado à censura, à crítica mordaz, à reclamação ou à queixa, recorda que
o problema não é do outro, mas se constitui uma projeção da tua imagem, manifestação do teu
complexo conflitivo que se exterioriza.
Educa a observação para registrar o lado edificante estrutura-se na amizade sincera e
desinteressada.
Não te faças a pessoa desagradável que todos suportam, mas não simpatizam, aceitam no
seu círculo, mas não estimam, e vão descartando-a delicadamente.
O gesto deles não é perverso nem injusto, mas cauteloso e resultado do cansaço da presença
perturbadora.
Todos amam a jovialidade natural e digna sem a bajulação verbal nem as atitudes fingidas
que são facilmente percebidas.
Preserva-te como és, esforçando-te para seres melhor.
Evita o elogio inoportuno e insensato.
Cada pessoa digna sabe e conhece o próprio valor, sem que estejas a exaltá-lo a cada
momento. É certo que algumas gostam desse comportamento insano, detestando, porém, esse
doente que reconhece como hipócrita.
Quando quiseres referir-te aos valores de alguém, não lhe firas a modéstia com exageros de
linguagem. Há muitas maneiras de demonstrar-se apreço e respeito por outrem.
Insiste em conhecer esses adversários soezes do teu bem-estar, reflexionando em torno dos
teus complexos e projeções.
Jesus, sempre modelar, utilizou-se das coisas simples para exaltar a Vida e tecer
considerações sublimes em torno do reino de Deus.
Nunca se deteve a apontar os erros humanos e, quando usava a linguagem com que
analisava os desaires das criaturas, fazia-o genericamente, estimulando aqueles que estavam com
eles comprometidos. Tampouco exaltou as qualidades reais ou aparentes de quem quer que fosse.
A todos chamou para o Seu rebanho, sem complexo ou transferência de sombra, porque se
constituía de luz.
Faze o mesmo, e integrarás a tua sombra no Espírito que és, da Divina Luz gerado.

Divaldo Franco/Joanna de Ângelis                            " Atitudes Renovadas "

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