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segunda-feira, 24 de março de 2014

Mediunidade - Obsessão narcisista

Olá,

Dentre as psicopatologias graves que aturdem as criaturas humanas, o transtorno obsessivo compulsivo desempenha papel de relevância na área da saúde mental.
Insculpido nas tecelagens delicadas da complexidade perispiritual, exterioriza-se como instrumento corretivo de graves comportamentos morais que ficaram no passado e cujos efeitos foram transferidos para o presente.
O transtorno obsessivo compulsivo é de natureza mental, que se encontra no cotidiano dos seres humanos, sendo um dos diversos transtornos de ansiedade. Caracteriza-se pelas alterações da conduta do paciente, que passa a deter-se em rituais, repetições, cuidados exagerados, assim como pelos pensamentos repetitivos, como dúvidas, verdadeiras fixações e excesso de preocupações, mesmo quando esses não se justificam, modificando o ritmo das emoções, que se expressam com predominância do medo, da aflição, da culpa, da depressão.

Imagens indesejadas dominam-lhes a mente, produzindo ansiedade e inquietação, assim como se entregam a verdadeiros rituais, que são os comportamentos repetitivos, na vã esperança de diminuir o desespero que permanece na conduta em forma obsessiva. Destacam-se, dentre outros, a tensão em torno do excesso de limpeza, que leva o paciente a lavar as mãos ou lavar-se demoradamente e por
muito tempo, a captação de odores pútridos inexistentes, especialmente iguais aos de cadáveres humanos, o alimento cozido em demasia ou assado exageradamente, expressando o transtorno e conduzindo à compulsão.
As obsessões, nesses casos, são imagens mentais que se tornam insistentes e predominantes, variando em palavras, frases, números, músicas cantando na mente sem cessar, logo seguidas de receio, angústia, culpa e mal-estar. Essa ocorrência dolorosa não encontra limite, mesmo quando o
paciente insiste em superar a situação perturbadora, sabendo conscientemente que não têm razão de ser.
Esse transtorno apresenta-se de formas muito variadas e sutis, sendo mais comum nos indivíduos do que se imagina.
Muitas ações repetitivas que parecem naturais são compulsões e rituais, como, por exemplo: arrumar tudo quanto encontra, manter a simetria, orar jaculatórias, ter fixação com números cabalísticos, verificação do que fez, como confirmar se fechou a porta, se desligou a luz ou a televisão, ou o fogão... Podem expressar-se apenas mentalmente, como repetir frases inteiras ou palavras sacramentais,
reviver imagens de acontecimentos, insistir em números, procurar afastar maus pensamentos substituindo-os por bons...
Evidentemente, a terapêutica para esses casos deve ser cuidada por especialistas em saúde mental, com cuidado e perseverança.
Em face dos gravames cometidos anteriormente, aqueles que foram vitimados pela crueldade e vilania dos atuais pacientes imantam-se-lhes psiquicamente através do perispírito, exaurindo-os com o açodar do perverso transtorno.
Provavelmente, os rituais religiosos que marcaram o indivíduo em períodos anteriores da existência agora repetem-se de maneira patológica, infelicitando-os.
Vampirizando-lhes as energias enfermiças de que são portadores, defluentes do remorso, mais os intoxicam mediante o encharcamento com os seus fluidos deletérios, que os transtornam e degradam.
Ao lado dessa dolorosa terapia moral para a recuperação espiritual dos calcetas, outros comprometidos com a vida apresentam-se portando os complexos de inferioridade, de narcisismo, na fronteira da timidez e do pavor que lhes amarfanham a existência em contínua frustração...
Detendo-nos no aspecto narcisista de alguns desses pacientes, quando impossibilitados de exteriorizar o conflito refugiam-se nos ideais e cometimentos edificantes ou não, realizando mecanismos de fuga psicológica espetaculares, através dos quais, imprevidentes, mergulham no poço das obsessões
espirituais também conhecidas como por fascinação...
A necessidade de apresentar-se em postura superior aos demais, acreditando-se destinados a realizações grandiosas, quando se apoiam em crenças e filosofias, tornando-se exaltados, fanáticos, fascinados.
Somente eles, pensam, são capazes de discernir corretamente, e as suas são sempre opções mais nobres, que devem ser acatadas sem discussão pelos demais, que são tidos por incompetentes para a própria escolha ou ineptos para as decisões significativas.
Essa conduta lamentável torna-se mais chocante e alienadora quando são portadores de mediunidade.
Não considerando o impositivo moral que tem caráter primordial na educação e desenvolvimento da faculdade, supõem-se privilegiados e merecedores de missões especiais e ministérios exclusivos.
Desconsiderando a disciplina mental e a observância das lúcidas orientações de Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, exageram no treinamento, em especial na psicografia, permitindo a presunção de sintonizar somente com os nobres Mensageiros, com os quais supõem manter contato direto e contínuo.
Olvidando a condição moral da humildade e sem a reflexão em torno da qualidade dos ditados mediúnicos, quando o são, tornam-se fáceis presas dos espíritos zombeteiros e perversos que se utilizam da sua empáfia para levá--los ao ridículo...
Não permitem interferência de outras pessoas mais conceituadas e lúcidas, que os advertem, convidando-os ao equilíbrio, à reflexão.
Nesse estágio, consideram todos aqueles que se não submetem às absurdas imposições resultantes das pretensiosas comunicações como competidores, fechando-se na ilusão a que se aferram, agravando o estado até tombarem no total desequilíbrio.
Uns, mais insensatos e mais hábeis, vestem a túnica da falsa humildade para conquistar os incautos e tornam-se reveladores do mundo espiritual, culminando com desvarios da imaginação pessoal, assim como os daqueles que lhes são insuflados e transmitidos pelos obsessores.
É unânime o conceito de que as ocorrências e a constituição da vida na Terra são uma cópia imperfeita, como compreensível, da erraticidade, mas esses fascinados descrevem-na de maneira tão grosseira, que deixam transparecer que é ao contrário, tratando-se a verdadeira de uma cópia
da terrena...
Conseguem adeptos com facilidade para compartir as suas ideias e revelações chocantes, que os cercam de bajulação e mais lhes incensam a vaidade, apontando as demais criaturas como suas inimigas por inveja, por disputa infeliz, por insensatez.
No afã insano de chamarem a atenção, tornam-se prolíferos nos trabalhos espirituais de má qualidade, desrespeitando nomes dignos e veneráveis de que se dizem instrumentos, pensando em validar as mensagens pueris com essas assinaturas respeitáveis.
Pecam, porém, no conteúdo, na falta de estilo e de características identificadores dos escritores que se apresentam de maneira caricata e portadores de linguagem vulgar ou chula, que não é utilizada por essas entidades enobrecidas.
Essa obsessão narcisista na mediunidade é mais comum do que parece, merecendo cuidados especiais para reequilibrar o enfermo espiritual encarnado, que normalmente se recusa ao tratamento indispensável.
É de bom alvitre que os idealistas e os médiuns em geral estejam sempre abertos aos diálogos fraternos e equilibrados. Que se considerem susceptíveis de erros e de enganos que devem corrigir quando convidados à reflexão e os constatarem.
Por outro lado, o convívio com os sofredores - os filhos do Calvário, na conceituação de Jesus - é valioso, porque com eles poderão haurir simplicidade de coração, pulcritude e sentimento de abnegação.
Arrimando-se à oração e à meditação em forma de autoexame, perceberão a fragilidade de que se encontram possuídos, precatando-se contra o narcisismo e as influências morbíficas das obsessões por fascinação.
O mesmo procedimento deve ser realizado pelos pacientes portadores do transtorno obsessivo compulsivo, em Jesus e no Seu amor encontrando a saúde real.

Divaldo P. Franco/ Manoel P. de Miranda      Mediunidade: desafios e bênçãos

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