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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Meditar Elevação II

Olá,

A contemplação, a meditação provocam o despertamento
das faculdades psíquicas, e, através delas, todo um mundo
invisível abre-se às nossas percepções.
Há momentos de êxtase onde a alma se lança para fora de seu envoltório e abarca
o infinito, horas de intuição e de entusiasmo onde o influxo
divino nos invade como uma onda irresistível, onde o pensamento
supremo vibra e palpita em nós, onde brilha, por um
instante, a centelha do gênio.
Aquele que se recolhe no silêncio e na solidão, diante

dos espetáculos do mar ou das montanhas, sente nascer, elevar,
crescer em si mesmo imagens, pensamentos, harmonias
que o arrebatam, encantam, consolam das misérias e abrem-lhe
as perspectivas da vida superior. Compreende, então, que o
pensamento de Deus nos envolve e nos penetra quando, longe
das torpezas sociais, sabemos abrir-lhe nossas almas e nossos
corações.
É na alternância obrigatória do prazer
e da dor que está o princípio da educação das almas. Daí,
a necessidade para os seres, dos mais rudimentares aos mais
desenvolvidos, de lutar e de sofrer. O progresso não poderia se
realizar sem o equilíbrio indispensável dos sentimentos opostos,
alegrias e penas, que se alternam no ritmo grandioso da
vida. Mas é sobretudo a dor, física e moral, que forma nossa
experiência: a sabedoria humana é o seu prêmio.
Quando se estudam os fenômenos da Natureza e quando o pensamento
penetra no fundo das coisas, ele reconhece o seguinte: o que
é um mal, na aparência, é, na realidade, um bem.
 A grandeza do espírito humano consiste em elevar-se da confusão, do
caos das contingências à concepção da ordem geral. Ele pode,
então, se sentir em segurança no meio dos perigos do mundo,
porque compreendeu as grandes leis que, à custa de alguns
acidentes, asseguram o equilíbrio da vida e a salvação das raças
humanas.
O homem em quem o sentido profundo, o sentido
das coisas divinas não está desperto, o cético, numa palavra,
quaisquer que sejam sua inteligência e seu saber em outras
matérias, recusa-se a admitir essas coisas.
Somente, então, ele poderá penetrar o grande mistério
do Universo e compreender que tudo tem sua razão de ser, que
a dor tem seu papel e que podemos tirar bom partido de tudo,
da prova, da doença e até da morte, já que tudo, segundo o
uso que fazemos, pode concorrer para o nosso adiantamento,
para a nossa melhoria moral. Desde então, a confiança e a fé
o ajudarão a suportar, pacientemente, o inevitável, a abolir o
desgosto presente, a sofrer em paz.
O conhecimento da Lei trará para ele a certeza dos dias melhores
 e do futuro sem-fim.
A partir desse momento, sua vida, por mais terna, banal,
incolor que seja, iluminar-se-á com um raio de luz e de
poesia, pois a poesia mais verdadeira é feita da ressonância
íntima da sinfonia eterna em nós, e da concordância de nossos
pensamentos, de nossos sentimentos e de nossos atos com a
regra de nosso destino.

Leon Denis                          " O Grande Enigma"

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