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Nova Era - “Não pratiqueis as vossas boas obras para serdes vistos pelos homens!”

 

Olá, 

  Todas as coisas grandes estão envoltas em silêncio e mistério. Parece que o silêncio engrandece e o ruído amesquinha todas as coisas. 
Quando o homem recebe alguma grande inspiração e a assoalha aos quatro ventos, ela enfraquece e se esteriliza — mas quando ele a guarda na solidão de um grande silêncio, ela se robustece e fertiliza. “Não pratiqueis as vossas boas obras para ser¬des vistos pelos homens!” 
Qual a razão última por que todo homem profano — isto é, de consciência apenas físico-mental — sente a imperiosa necessidade de fazer alarde das suas boas obras? 
Por que quer ver-se admirado, louvado ou de outro modo qualquer, ser recompensado pelo bem que pratica?
 O homem interiormente rico, completo, sadio. não tem necessidade de ser recompensado, nem compensado, nem pensado; só o pobre e indigente é que deseja ser recompensado, porque fazer o bem é para ele um sacrifício, uma perda; quer ser compensado, porque se sente incompleto; deve ser pensado porque está doente e chagado. 
A própria esperança de receber, em troca de suas boas obras, o céu — isto é, uma recompensa externa e adicional ao fato de ser bom — é desejo impuro e mercenário. 
Dificilmente encontraríamos entre milhares de homens um só que fosse capaz de prosseguir, corajosa e serenamente, uma árdua empresa espiritual ou beneficente, através de anos e decênios, sem jamais receber uma palavra de estímulo externo em forma de louvor ou aplauso. 
Quando o homem conhece-se a si mesmo por intuição íntima,  não necessita de derivar esse conhecimento das palavras dos que não o conhecem. Ele sabe que os seus atos e sua atitude estão sintonizados com a Lei Eterna e a consciência nítida dessa harmonia lhe dá tão grande firmeza e serenidade que, ainda que todo o mundo o louvasse, nem por isso se sentiria mais seguro; e embora o mundo inteiro o censurasse e condenasse, nem por isso perderia esse homem um só grau da sua segurança e tranqüilidade interna; e ainda que os seus trabalhos não surtissem nenhum efeito palpável, ele prosseguiria a trabalhar com o mesmo afinco e otimismo de sempre.

Huberto Rohden   " O Sermão da Montanha"

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