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quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Meditar - Velhice

Olá,
A velhice é o outono da vida; no seu último declínio,
ela está no inverno.
Só de pronunciar essa palavra, velhice,
já se sente o frio que sobe até o coração; a velhice, segundo
a estimativa comum dos homens, é a decrepitude, a ruína; ela
recapitula todas as tristezas, todos os males, todas as dores da
vida; é o prelúdio melancólico e desolado do adeus final.
Há aí um erro grave. Primeiramente, em regra geral,
nenhuma fase da vida humana é inteiramente deserdada dos
dons da Natureza, ainda menos das bênçãos de Deus. Por que a
última etapa de nossa existência, a que precede imediatamente

o coroamento do destino, seria mais desolada que as outras?
Isto seria uma contradição — e não poderia existir na obra
divina — nela tudo é harmonia, como na viva composição de
um concerto impecável.
Ao contrário, a velhice é bela, ela é grande, ela é santa;
e vamos estudá-la um instante, à luz pura e serena do Espiritualismo.
É preciso colocá-la sob um outro ponto de vista para
compreender e para admirar esse epílogo augusto da existência
terrestre.
A velhice recapitula todo o livro da vida, resume os
dons das outras épocas da existência, sem delas ter as ilusões,
nem as paixões, nem os erros.
O ancião viu o nada de tudo o que ele deixa;
entreviu a certeza de tudo o que virá, é um
vidente. Ele sabe, crê, vê, espera.
Em torno de sua fronte, coroada
por uma branca cabeleira como a faixinha hierática dos
antigos pontífices, paira uma majestade inteiramente sacerdotal.
À falta dos reis, em alguns povos, eram os anciãos que
governavam.
 Leon Denis       " O Grande Enigma "

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