Digite aqui o assunto do seu interesse:

domingo, 11 de outubro de 2015

Meditar - Equilíbrio e harmonia

Olá,

Não usar é mais fácil que não abusar.
Há mais facilidade em deixarmos os vícios do
álcool, do fumo e do jogo, que em regularmos nossa alimentação mantendo-a nos rigorosos limites do necessário.
O objeto dos vícios não constitui inelutável necessidade, ao passo que, sem comer ninguém pode viver.
Vícios não se regulam: banem-se.
A alimentação requer peso e medida. É preciso, portanto, maior soma de esforços neste caso que naquele outro.
Da mesma sorte, é muito mais fácil conformarmo-nos cm a pobreza que limitarmos
voluntariamente nossas ambições. Em ser pobre pela força de circunstâncias não há
mérito algum; enquanto que o conservarmo-nos no justo limite de simples independência
pecuniária, por vontade própria, sofreando intencionalmente os surtos da ambição, é algo
de meritório.
O governo do equilíbrio requer vontade firme, saber, paciência e perseverança.
Tais requisitos só se reúnem à custa de esforços e porfias.
O abstêmio acaba perdendo completamente o desejo de beber, de fumar, de jogar,
etc, tornando-se-lhe, por isso, fácil manter-se livre daqueles vícios, uma vez subjugados.
Seu poder de resistência não é mais abalado, não é mais excitado, visto como
desapareceu nele o hábito contraído, a necessidade fictícia, em tempo sustada.
Precisamente o contrário é o que se dá com a temperança. O comedimento, a
medida exata na alimentação, no trabalho, no repouso, na vigília, no sono, no prazer, na
aplicação mental, no exercício físico e em tudo o mais que constitui necessidades
inalienáveis é de dificílima execução.
 A linha rigorosa do equilíbrio falseia, oscila como o fiel da balança, precipitando, ora a concha da direita, ora a da esquerda.
 É a consequência das constantes excitações, reclamando nossa atenção para exigências
legítimas de nossa dupla natureza — física e espiritual.
Em atender a essas naturais solicitações na proporção precisa, sem excessos nem insuficiências, é que está a magna dificuldade.
Não obstante, é forçoso superá-la, porquanto, a saúde, tanto do corpo como do
espírito, depende desse justo equilíbrio cuja chave está conosco.
A Providência, em sua sabedoria, colocou nas mãos do homem o seu bem e o seu mal, a sua dita e a sua desdita, fazendo-o arquiteto de seus destinos.
Não podemos ser felizes e venturosos enquanto não lograrmos aquele desideratum,
enquanto não criarmos em nós mesmos essa harmonia que em tudo se verifica na
natureza e em cujos fundamentos repousa a vida do Universo.
O bem-estar físico, ou saúde, prende-se ao fenômeno do metabolismo, que outra
coisa não é senão o balanço exato entre a receita e a despesa de nosso organismo.
Os mundos mantêm-se girando em suas respectivas órbitas, graças ao equilíbrio
impecável que resulta de suas forças: atração e repulsão. Em tal se resume a
maravilhosa mecânica celeste.
 No macrocosmo como no microcosmo, o segredo está no equilíbrio.
A estabilidade social depende, a seu turno, de uma questão de equilíbrio entre dois
fatores: a ordem e o progresso.
 Ordem de mais traz estacionamento. Progresso desmedido gera a anarquia. O concurso de ambos numa justa proporção determina e assegura a marcha regular da evolução.
A própria virtude degenera, deixa de ser virtude, quando lhe falta o equilíbrio.
Zelo excessivo é intolerância.
Paciência demasiada é indiferentismo.
Dignidade em excesso é orgulho.
Humildade que a tudo se curva é baixeza, é vilania.
Daí o acerto do adágio latino: In medio virtus.
Finalmente: tudo na vida é harmonia, e harmonia é equilíbrio.
Deus é a suprema harmonia das causas. Ele revela-se no Amor porque o Amor é a majestosa harmonia dos sentimentos apurados, assim como a música é a harmonia dos sons.
Estabeleçamos, pois, a harmonia do nosso ser, colocando-o em harmonia com o
Infinito: de tal depende a nossa felicidade.

Vinícius                                        " Nas pegadas do Mestre "

]Deixe seu comentário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.