Digite aqui o assunto do seu interesse:

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Mediunidade - DESPERTAR DOLOROSO

Olá,

Diariamente aportam nas praias da imortalidade dezenas
de milhares de náufragos do barco orgânico,
apresentando lamentável aspecto.
Assinalados pela grave travessia, para a qual não
se prepararam - da Terra para o Além-túmulo - chegam
aflitos, em deplorável perturbação, confundindo a
realidade de onde procedem com as legítimas, que ora
defrontam e não as podem identificar.

Sucedem-se, quais ondas volumosas, aumentando o aturdimento, que se generaliza, produzindo rude pandemônio, no qual as blasfêmias e altercações geram truanescas situações, que asselvajam, atirando uns contra os outros, bestiais e desditosos...
Ignorando de propósito o lado espiritual ou negando-o pelas fixações hedonistas a que se permitiram, da vida somente consideraram o prazer, entregando-se à volúpia da autossatisfação, embriagando-se no licor da inferioridade preservada.
Repudiando qualquer possibilidade de sobrevivência do ser ao fenômeno da morte, acreditaram-se indestrutíveis no corpo ou privilegiados pela existência, que lhes reservaria somente favores, embora a larga expressão de desventura e de sofrimento na volta que desrespeitaram caprichosamente.
Incontáveis deixaram-se empolgar pelos conceitos religiosos comodistas, que lhes concederiam condições especiais, logo lhes ocorresse a ruptura dos laços carnais...
Sem dar-se tempo nem oportunidade para um exame mais cuidadoso a respeito da morte, transferiram
reflexões e cuidados para quando se sentissem depauperados ou vitimados pelas enfermidades terminais, sendo surpreendidos sem o ensejo que pareciam esperar e alcançaram o mundo espiritual desequilibrados, ignorantes da sua realidade.
Mais lamentável, no entanto, é a situação daqueles que conheciam a imortalidade e não lhe deram a atenção ou o respeito que merecia.
Desinformados, assim como não considerando a transitoriedade do organismo físico, viveram como se a situação não sofresse alteração e a morte somente lhes aprouvesse quando se considerassem em condições de abandonar os jogos da ilusão.
Convocados, porém, de improviso, ao retorno, apresentam-se mais perturbados do que os outros sob os rudes cilícios da consciência de culpa decorrentes da irresponsabilidade na conduta, bem como da ausência de recursos que os possam ajudar.Sem equilíbrio emocional ou resistência psíquica,
enlouquecem, ao dar-se conta da sobrevivência, e negam-se a despertar, postergando a tomada da lucidez responsável que os credenciaria ao prosseguimento.
Apegam-se aos despojos carnais e mantêm as fixações mentais perniciosas, sendo necessário interná-los em sanatórios especializados que a caridade dos abnegados mensageiros de Jesus vem edificando em benefício desses pobres delinquentes.
Travaram contato com a revelação espírita, participaram dos memoráveis eventos espirituais do intercâmbio mediúnico, porém não modificaram a visão sobre si mesmos ou a sua conduta, tornando-se parasitas no grupo social ou belas personalidades aplaudidas nos cenários do mundo, mantendo a individualidade atormentada e venal, que não modificou a forma de ser ou de comportar-se.
Espiritualistas em geral e espiritistas em particular, comprometidos com a libertação pela fé, que não quiseram honrar ou viver, retornam às paisagens da imortalidade chagados e vitimados, requerendo os socorros de emergência, quando poderiam despertar em clima de paz e de vitória.
Entre esses irmãos mais infelizes pela responsabilidade própria destacam-se os portadores do mandato mediúnico, que se deixaram corromper e fracassaram lamentavelmente, vitimados pelo orgulho que cultivaram com soberba e pedantismo, atribuindo-se títulos de merecimento
que estavam longe de possuir.
Psiquicamente perturbados pelas viciações a que se entregaram, ainda se fazem vítimas de espíritos perversos com os quais se homiziaram na insensatez, deixando-se por eles conduzir enquanto enganavam os outros e mais se equivocavam em conúbios obsessivos de longa duração.
A morte física, inevitável, colhe todos os seres sencientes e leva-os ao despertar conforme as experiências vivenciadas.
Estabelecida pelos superiores critérios da vida, a ninguém poupa, insculpindo no mundo íntimo de cada qual os painéis que serão a sua futura realidade, na qual, porém, vinculado às suas realizações íntimas que se exteriorizam, então, elabora o campo vibratório no qual se aprisiona ou se
libera, aí recomeçando o processo de crescimento mediante dores ultrizes ou elaborando as asas para ascender aos mundos felizes.
Áspero, árduo despertar aguarda as mulheres e homens informados da imortalidade, que não se permitiram as realizações depuradoras, nem as ações de enobrecimento pessoal indispensáveis à paz.
Por certo, considerando tais ocorrências e outras mais, Jesus acentuou com propriedade, que será concedido "a cada um conforme as suas obras".

Manuel P. de Miranda/Divaldo P. Franco                              " Mediunidade: Desafios e Bênçãos "

Deixe seu comentário.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário ou dúvida. Terei prazer em respondê-lo.