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sábado, 19 de outubro de 2019

Bem Viver - A VIDA IMORTAL

Olá,

O estudo do Universo conduz-nos ao estudo da alma, à investigação do princípio que nos anima e dirige-nos os atos.
Sob a ação de duas grandes correntes vitais, produz-se em nós uma troca perpétua de moléculas.
Aquelas que desaparecem do organismo são substituidas, uma a uma, por outras, provenientes da alimentação. Desde as substâncias moles do cérebro até as partes mais duras da estrutura óssea, tudo em nosso ser físico está submetido a continuas mutações. O corpo dissolve-se, e, numerosas vezes durante a vida, reforma-se. Entretanto, apesar dessas transformações constantes,

através das modificações do corpo material, ficamos sempre a mesma
pessoa.Há, pois, em nós um princípio
distinto da matéria, uma força indivisível que persiste e se mantém entre essas
perpétuas substituições.
A alma é o princípio da vida, a causa da sensação; é a força invisível,
indissolúvel que rege o nosso organismo e mantém o acordo entre todas as
partes do nosso ser . Nada de comum têm as faculdades da alma com a
matéria. A inteligência, a razão, o discernimento, a vontade, não poderiam ser
confundidos com o sangue das nossas veias, ou com a carne do nosso corpo,
O mesmo sucede com a consciência, esse privilégio que temos para medir os
nossos atos, para discernir o bem do mal. Essa linguagem íntima, que se dirige
a todo homem, ao mais humilde ou ao mais elevado, essa voz cujos murmúrios
podem perturbar o estrondo das maiores glórias nada tem de material.
a nossa vontade está em conflito freqüente com os
nossos instintos. Por meio dela podemos escapar às influências da matéria,
domá-la, transformá-la em instrumento dócil. Não se têm visto homens
nascidos nas mais precárias condições vencerem todos os obstáculos, a
pobreza, as enfermidades, os defeitos e chegarem à primeira classe por seus
esforços enérgicos e perseverantes? Não se vê a superioridade da alma sobre
o corpo afirmar-se, de maneira ainda mais positiva, no espetáculo dos grandes
sacrifícios e das dedicações históricas?
Se mais não houvesse em nós que matéria, não veríamos, quando o corpo
está mergulhado no sono, o Espírito continuar a viver e agir sem auxílio algum
dos nossos cinco sentidos, e assim mostrar que uma atividade incessante é a
condição própria da sua natureza. A lucidez magnética, a visão a distância sem
o socorro dos olhos, a previsão de fatos, a penetração do pensamento são outras
tantas provas evidentes da existência da alma.
Assim, pois, fraco ou poderoso, Ignorante ou esclarecido, somos um
Espírito; regemos este corpo que mais não é, sob nossa direção, do que um
servidor, um simples instrumento. Esse Espírito que somos é livre e perfectivel,
por conseguinte, responsável. Pode, à vontade, melhorar-se, transformar-se e
inclinar-se para o bem.
Confuso em uns, luminoso em outros, um ideal esclarece o caminho.
Quanto mais elevado é esse ideal tanto mais úteis e gloriosas são as obras que
inspira. Feliz a alma que, em sua marcha, é sustentada por um nobre
entusiasmo: amor da verdade e da Justiça, amor da pátria e da Humanidade!
Sua ascensão será rápida, sua passagem por este mundo deixará traços
profundos, sulcos de onde colherá uma messe bendita.
Se como entidade espiritual nos mantemos e persistimos através do
perpétuo renovamento das moléculas e transformações do nosso corpo
material, a desassociação e o desaparecimento final também não poderiam
atingir-nos em nossa existência.
Se a morte fosse a última palavra de todas as coisas, se os nossos
destinos se limitassem a esta vida fugitiva, teríamos aspirações para um estado
melhor, de que nada, na Terra, nada do que é matéria pode dar-nos a Idéia?
Teríamos essa sede de conhecer, de saber, que coisa alguma pode saciar? Se
tudo cessasse no túmulo, por que essas necessidades, esses sonhos, essas
tendências inexplicáveis?

Leon Denis                            " Depois da Morte"

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